
A elevação do Santuário à condição de Basílica Menor, em 2015, consolidou sua importância espiritual, histórica e cultural, reconhecendo-o como centro de peregrinação, oração e unidade eclesial
Por Emilton Rocha / Pascom
Na noite de quarta-feira, 5 de novembro, os Frades Capuchinhos do Rio de Janeiro e a comunidade da Tijuca celebraram com júbilo o décimo aniversário de elevação do Santuário de São Sebastião à dignidade de Basílica Menor — título concedido pela Santa Sé em 2015, por ocasião dos 450 anos da fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Desde então, o templo passou a ser oficialmente denominado Santuário Basílica de São Sebastião dos Frades Capuchinhos.
A celebração foi presidida por Dom Orani João Tempesta, Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, o mesmo que, há uma década, conduziu em nome do Papa Francisco a cerimônia solene que concedeu o título à igreja.
Durante a celebração, Dom Orani recordou as palavras pronunciadas em 2015, ao destacar a profunda ligação espiritual entre Roma e a cidade do Rio de Janeiro: “Com alegria participamos desta celebração de elevação do Santuário São Sebastião dos Frades Capuchinhos à Basílica Menor, nesta Solenidade de Todos os Santos”, disse o Cardeal na época. “Naquele ano em que o Rio de Janeiro celebrava seus 450 anos, reafirmamos a ligação histórica entre a cidade e o seu padroeiro, São Sebastião, devoção que acompanha nossa história desde a fundação e que continua a inspirar a fé e a esperança de nosso povo.”
“Celebrar este jubileu, caros irmãos e irmãs, é recordar o quanto Deus tem sido generoso com esta casa, conosco, frades capuchinhos e com o povo que aqui se reúne diariamente. É também reconhecer, com gratidão, o pastoreio de V. Em.ª que sempre nos acompanha com solicitude e carinho, confirmando-nos na fé e fortalecendo os laços de comunhão que nos unem como igreja.” – disse frei Adriano em seu agradecimento.
O decreto pontifício foi emitido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, assinado pelo então prefeito, Cardeal Robert Sarah, e pelo secretário, Dom Arthur Roche. O documento, redigido em latim, traz o título “Decretum quo Ecclesia Sancti Sebastiani in urbe Fluminensi ad dignitatem Basilicae Minoris evehitur”, que significa: “Decreto pelo qual a Igreja de São Sebastião, na cidade do Rio de Janeiro, é elevada à dignidade de Basílica Menor.”

Das origens ao presente: uma caminhada de fé e devoção
A história da Igreja de São Sebastião confunde-se com as origens da própria cidade do Rio de Janeiro. Erguida originalmente no Morro do Castelo, a primeira Igreja de São Sebastião dos Frades Capuchinhos abrigava preciosas relíquias ligadas à fundação da cidade:
– os restos mortais de Estácio de Sá, fundador do Rio, tombado em 1567;
– o marco zero da cidade, datado de 1565;
– e a imagem de São Sebastião, esculpida em 1563.
Com a demolição do Morro do Castelo, em 1922, o templo histórico foi destruído, marcando o fim de um ciclo, mas não o fim da devoção. Amparados pela fé e pela tradição, os Frades Capuchinhos reconstruíram a igreja no bairro da Tijuca, inaugurando o novo santuário em 15 de agosto de 1931. Para lá foram transportadas as relíquias históricas, perpetuando a memória e o vínculo entre a cidade e o seu padroeiro.
Uma Basílica para a cidade do padroeiro
A elevação do Santuário à condição de Basílica Menor, em 2015, consolidou sua importância espiritual, histórica e cultural, reconhecendo-o como centro de peregrinação, oração e unidade eclesial. O título, concedido pelo Papa Francisco, reforçou o papel da Igreja dos Capuchinhos como guardiã da fé e da memória do Rio de Janeiro, símbolo permanente da proteção de São Sebastião sobre a cidade que leva o seu nome.
Dez anos depois, o Santuário Basílica de São Sebastião permanece como um farol de fé no coração da Tijuca — herdeiro de uma história que começou no alto do Morro do Castelo e que continua a inspirar gerações de fiéis a manter viva a devoção ao santo padroeiro do Rio de Janeiro.

