Resolução pró-aborto suspensa: comissão da CNBB reitera defesa da vida

Foto: Nathan Dumlao

Congresso Nacional sustou Resolução nº 258/2024 do Conanda que ampliava possibilidade de aborto até os nove meses de gestação em casos de adolescentes

Por CNBB

A Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta segunda-feira, 10, uma nota reafirmando a posição da Igreja Católica em favor da defesa incondicional da vida humana, desde a concepção até o fim natural.

A manifestação foi motivada pela decisão do Congresso Nacional de sustar, ou seja, suspender a Resolução nº 258/2024 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). O documento ampliava a possibilidade de aborto até os nove meses de gestação em casos de adolescentes, sem a necessidade de comunicação ou consentimento dos pais. A suspensão se deu por meio de um Projeto de Decreto Legislativo de Sustação de Atos Normativos do Poder Executivo, o PDL 3/2025.

Segundo a nota, esta decisão indica a necessidade de abordar adequadamente a questão, sustentada por princípios éticos, morais e jurídicos adequados. “Questões que envolvem a dignidade e o respeito pela vida não comportam interpretações reducionistas, estereotipadas ou ideológicas”, salienta o texto.

A comissão reitera ainda que a verdadeira proteção à infância e à mulher passa por medidas eficazes de acolhimento, prevenção e cuidado integral. “Que Deus ilumine as consciências e fortaleça a nação brasileira na defesa da vida, da justiça e da dignidade humana”, conclui a nota.

Confira a íntegra do texto a seguir:

NOTA EM ATENÇÃO AO PDL 3/2025

A Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB reafirma a clara posição da Igreja Católica em defesa incondicional da vida humana em todas as suas etapas — desde a concepção até o seu fim natural. A vida é dom e fundamento de todos os direitos humanos.

A decisão do Congresso Nacional de sustar a Resolução nº 258/2024 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), que ampliava de modo arbitrário a possibilidade de aborto até os nove meses de gestação em adolescentes, sem comunicação ou consentimento dos pais, aponta para a necessidade de abordagem adequada da questão, sustentada por princípios éticos, morais e jurídicos adequados. Questões que envolvem a dignidade e o respeito pela vida não comportam interpretações reducionistas, estereotipadas ou ideológicas.

Reiteramos que a verdadeira proteção à infância e à mulher passa por medidas eficazes de acolhimento, prevenção e cuidado integral. Que Deus ilumine as consciências e fortaleça a nação brasileira na defesa da vida, da justiça e da dignidade humana.

Brasília – DF, 10 de novembro de 2025

Dom Bruno Eliseu Versari
Bispo da Diocese de Ponta Grossa – PR
Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB

Dom Moacir Silva Arantes
Bispo da Diocese de Barreira – BA

Dom Reginei José Modolo
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba – PR

Artigo anterior“Comunicar é testemunhar a fé que vivemos”, afirma Padre Bruno Citelli
Próximo artigoO Papa Leão XIV alerta que a IA pode alimentar “ideologias anti-humanas” na medicina