“Comunicar é testemunhar a fé que vivemos”, afirma Padre Bruno Citelli

Padre Bruno: “Cada vicariato, cada paróquia, cada padre e cada bairro possuem sua própria dinâmica e isso é muito rico para a Igreja.” | Fotos: Angela Zolhof

Sacerdote da Arquidiocese do Rio de Janeiro e assessor da Pascom, o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Apresentação reflete sobre os desafios e as alegrias de comunicar o Evangelho em um mundo em constante transformação.

Por Emilton Rocha / Pascom Capuchinhos

No dia 8 de novembro o padre Bruno Vianna Citelli conduziu o Encontro Vicarial da Pastoral da Comunicação (Pascom), realizado no Santuário Basílica de São Sebastião. Assessor de Comunicação da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e do Cardeal Arcebispo Dom Orani João Tempesta, além de exercer a função de assessor da Pastoral da Comunicação e do Vicariato Episcopal Tijuca, o sacerdote coordenou o encontro com competência, entusiasmo e espírito colaborativo, motivando e inspirando todos os participantes.

Ordenado há mais de dez anos, o Padre Bruno é amplamente reconhecido pelo zelo pastoral, pela proximidade com a comunidade e pelo compromisso em fortalecer o sentimento de pertença à Igreja. Com formação vinculada ao Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro, dedica-se à evangelização, à formação espiritual e à integração dos fiéis na vida arquidiocesana. Sua atuação pastoral é marcada pelo acolhimento, pela simplicidade e pelo espírito missionário, conduzindo sua paróquia com entusiasmo e fé — especialmente nas celebrações jubilares e nas ações pastorais que evidenciam sua trajetória sacerdotal.

No sábado, 11 de novembro, após o encerramento do Encontro Vicarial da Pascom, realizado no Santuário Basílica de São Sebastião, o Padre Bruno concedeu entrevista abaixo à Pascom Capuchinhos, compartilhando reflexões sobre comunicação, missão e o papel evangelizador da Igreja no mundo atual.

Qual o objetivo desse encontro?

O objetivo desse encontro é fortalecer nossa estratégia de comunicação, fazendo com que todos os agentes da Pastoral da Comunicação do nosso Vicariato — que antes era o Norte e agora é o Tijuca — compreendam as grandes dificuldades que enfrentamos para comunicar a fé e, ao mesmo tempo, percebam a importância de fazer a pastoral funcionar em todas as suas dimensões. Para isso, é necessário conhecer o nosso povo, suas realidades e alcançar essas pessoas por meio da criatividade e do anúncio do Evangelho.

Na sua visão, quais são as principais atribuições da Pascom em geral?

Na minha opinião — que, obviamente, é o que menos importa —, o que deve prevalecer é o que a Igreja orienta sobre a Pascom. Precisamos compreender o que significa a Missão da Igreja. Entendendo essa missão, devemos estabelecer estratégias para alcançar as pessoas, como vimos no Evangelho que meditamos hoje. Já que Jesus nos envia a todas as nações para anunciar a todos, precisamos entender quem são esses “todos”: como pensam, como se comportam, como absorvem informações e como podemos alcançá-los.
Por isso, é fundamental que a Pastoral da Comunicação tenha uma estratégia, um método e uma identidade própria.
Além disso, é essencial que participemos das articulações que fazem a Pascom funcionar como um verdadeiro corpo: a formação, a espiritualidade e a vida comunitária. Isso é fundamental.

A partir da esquerda: Padre Bruno; Padre Alan Galvão, assessor dos Vicariatos Norte e Tijuca; Cônego Aldo S. Santos, Vigário Episcopal do Vicariato Norte; e Cônego Valtemário Frazão, Vigário Episcopal do Vicariato Tijuca.
Como está a comunicação nas igrejas do Rio de Janeiro?

Temos muitas realidades distintas. Cada vicariato, cada paróquia, cada padre e cada bairro possuem sua própria dinâmica — e isso é muito rico para a Igreja. É fundamental que todos os membros da Pascom compreendam o quanto essa diversidade é bela. Mostrar a Igreja presente, atuante, viva e eficaz em todas as ocasiões e em todas as pessoas é parte essencial da missão que os apóstolos receberam no Evangelho: alcançar todos. Nosso papel fundamental é tornar isso muito claro: anunciar em todos os lugares, a todas as pessoas e em todas as realidades.
Na Arquidiocese do Rio de Janeiro, temos uma beleza muito singular: comunicamo-nos de formas diferentes em cada vicariato, conforme o modo de ser de cada povo, e isso é maravilhoso. Mostramos, assim, uma diversidade na Igreja, mas, ao mesmo tempo, algo que nos une: o Cristo e a Igreja. Todas essas expressões se encontram em um único lugar — a Igreja.

A partir de agora, teremos encontros como este com mais frequência?

Sim, teremos. O nosso próximo encontro será durante a grande Assembleia da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese, cujo principal objetivo é aprimorar a nossa comunicação, desenvolvendo uma nova mentalidade comunicacional para que essa comunicação flua melhor e alcance ainda mais pessoas.

Como definir a melhor forma de comunicação dentro da Igreja?

A melhor comunicação é o testemunho. O nosso testemunho é a maneira mais autêntica de comunicar. É fundamental que testemunhemos bem a fé que vivemos, para que, assim, possamos comunicar ainda melhor aquilo que professamos e acreditamos.

Integrantes (parte) do recém-criado Vicariato Tijuca.
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