
Deus é amor e nos ama infinitamente, mas há, sem dúvida, atitudes que podem colocar em risco a nossa salvação — como o pecado da presunção.
Por Mónica Muñoz / Aleteia
“Deus é amor”, diz São João (1Jo 4,8), e nós, cristãos, temos plena certeza disso. Além disso, acreditamos que seu amor por nós é infinito — e, portanto, também o é sua misericórdia — como afirma o discípulo amado:
“Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.” (1Jo 4,10)
Por isso, no Evangelho, São João repete:
“Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.” (1Jo 4,10)
Por isso, no Evangelho, São João repete:
“Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16)
Esse ato infinito de amor para com os homens de todos os tempos nos faz compreender que não há nada que Deus não possa perdoar, por mais graves que sejam os pecados cometidos pela humanidade — algo que nossa inteligência humana é incapaz de compreender plenamente.
O Catecismo da Igreja Católica aprofunda essa verdade sublime:
“É precisamente na Paixão, quando a misericórdia de Cristo está prestes a vencer, que o pecado manifesta mais claramente a sua violência e suas múltiplas formas: a incredulidade, o ódio homicida, a rejeição e as zombarias dos chefes e do povo, a covardia de Pilatos e a crueldade dos soldados, a traição de Judas — tão dolorosa para Jesus —, a negação de Pedro e a fuga dos discípulos.
No entanto, na própria hora das trevas — a hora do príncipe deste mundo — o sacrifício de Cristo torna-se secretamente a fonte da qual o perdão dos nossos pecados jorrará inesgotavelmente.” (CIC 1851)
Como, então, poderíamos abusar de sua misericórdia infinita e inesgotável, se Ele já nos perdoou de tudo com o preço do Seu sangue precioso?
O pecado da presunção
Até aqui, vimos o que Deus fez pela humanidade: sacrificou tudo para que ninguém fosse condenado. No entanto, a salvação exige a nossa cooperação. Não se trata de Deus “nos cobrar” algo, já que a salvação é um dom gratuito. Mas devemos entender bem: o Senhor não pode nos forçar a ser salvos!
Como recorda a frase atribuída a Santo Agostinho:
“Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti.”
Em outras palavras, para sermos salvos, precisamos querer. Devemos lutar diariamente para nos afastar do pecado e fazer a vontade de Deus, de forma consciente e voluntária. Somente assim poderemos conhecer a verdade e viver de acordo com ela.
Como diz São Paulo:
“Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1Tm 2,4)
Por outro lado, aqueles que afirmam que Cristo os salvará sem qualquer esforço de sua parte incorrem no pecado da presunção. O Catecismo explica assim:
“Há duas espécies de presunção: ou o homem presume de suas próprias capacidades (esperando poder salvar-se sem ajuda do alto), ou presume do poder onipotente ou da misericórdia de Deus (esperando obter o perdão sem conversão e a glória sem mérito).” (CIC 2092)
Deus nos ama e sempre nos perdoa, mas quer que permaneçamos fiéis a Ele, para que possa nos conceder a recompensa da vida eterna. Não abusemos de sua misericórdia; façamos a nossa parte para alcançar a salvação.